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Há espaço para aumentar preços do aço em breve, diz diretor da Usiminas
Executivo não quis precisar quando será feito o aumento e o percentual, mas garantiu que, atualmente, o prêmio entre a tonelada importada e o aço nacional está em 10%

Há espaço para aumentar preços do aço em breve, diz diretor da Usiminas


Há espaço para um novo reajuste de preços na tonelada do aço “em breve”, sustentou nesta quinta-feira o diretor comercial da Usiminas, Miguel Homes, durante a teleconferência de resultados da companhia.

O executivo não quis precisar quando será feito o aumento e o percentual, mas garantiu que, atualmente, o prêmio entre a tonelada importada e o aço nacional está em 10%.

“No primeiro trimestre já estávamos com uma paridade negativa em torno de 10%, fizemos um aumento de preço em julho para a distribuição, em torno de 10%. Mas, continuamos com o prêmio negativo em torno de 10%. E isso não pode, vamos tomar ações para termos uma paridade saudável no curto prazo”, disse o executivo.

Segundo ele, setores em que existe forte participação da Usiminas, como o automotivo, já demonstram sinais de retomada. “Estamos olhando com boas expectativas esse setor, os níveis de emplacamentos estão melhores em julho, e isso vai elevar a produção de veículos porque os estoques estão baixos. Acreditamos que haverá um impacto positivo dessa retomada na produção de aço”, disse Homes.

A Usiminas, conforme o executivo, acompanha a estimativa do Instituto Aço Brasil, de queda no consumo aparente de aço de 14,4%. “Para aços planos, esse recuo deverá ser um pouco superior. Mas, ainda é um cenário bem melhor do que o traçado no início da pandemia no país”, disse.

Para se adequar à demanda, a Usiminas reduziu a produção na usina de Itatinga (MG) em a laminação em Cubatão (SP). Com isso, a companhia consumiu os estoques de aço no segundo trimestre. No período, a Usiminas tinha em estoque 606 mil toneladas, ante 632 mil toneladas no primeiro trimestre, o que representou queda de 4%.


Recorde

Durante a teleconferência sobre os resultados da Usiminas, o presidente da companhia, Sergio Leite, destacou que o lucro antes juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) da Mineração Usiminas (Musa) apurado no segundo trimestre foi o melhor da história da subsidiária.

A Musa obteve um Ebitda de R$ 398,1 milhões entre abril e junho, ante R$ 190 milhões obtidos no mesmo período de 2019. No primeiro trimestre, o indicador era de R$ 214 milhões.

“Foi um bom resultado para a unidade de mineração nesses dez anos. Além disso, nesse trimestre obtivemos a licença de instalação do projeto para o empilhamento a seco em nossa mina. Esse projeto entra em operação no primeiro trimestre de 2021”, disse Leite.

Segundo ele, com a operação do empilhamento a seco, a Musa irá eliminar a barragem a jusante da mina. “Vamos operar somente com o empilhamento a seco. Estamos preparando a Usiminas para os novos tempos”, ressaltou o executivo.

Para esse projeto de empilhamento a seco do minério a Usiminas retomou os investimentos e informou uma nova expectativa de aportes para o ano. A projeção anterior era de R$ 600 milhões, valor que foi reduzido por causa da não obtenção de licenças para esse projeto em mineração. Agora, a companhia irá aplicar R$ 800 milhões em 2021.

“O aumento do ‘guidance’ visa os projetos da Musa, em especial o empilhamento a seco, e outros projetos ligados a siderurgia”, apontou o diretor de relações com investidores, Alberto Ono.